segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Traição tucana: Políticos do PSDB e do DEM evitam ligar suas imagens à de Serra.



A ascensão de Dilma Rousseff nas pesquisas de intenção de voto não é a única fonte de dor de cabeça para o candidato do PSDB à Presidência, José Serra. Passado mais de um mês do início da campanha oficial, Serra encontra dificuldades para mobilizar os próprios tucanos nas regiões Norte, Nordeste e até Sudeste do País. Em alguns Estados, a traição é explícita, a ponto de os candidatos do partido nem sequer utilizarem a imagem de Serra nos materiais de campanha. Para piorar, a arrecadação, até agora, ficou aquém das expectativas, o que mostra que o empresariado também anda ressabiado com o desempenho do candidato do PSDB. O montante – R$ 3,6 milhões – equivale a um terço do total arrecadado por Dilma.Um dos casos mais emblemáticos de deserção ocorre no Amazonas. Em dificuldade para se reeleger, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio, um dos mais ferrenhos opositores do governo no Congresso, se aliou, informalmente, ao candidato a governador Alfredo Nascimento (PR). Ex-ministro dos Transportes do governo Lula, Nascimento apoia Dilma ao Planalto. De acordo com aliados de Virgílio no Estado, o senador tucano, candidato à reeleição, só conseguiu alcançar a segunda colocação nas pesquisas depois da conveniente aliança com Nascimento. “É difícil ir contra Lula e Dilma aqui”, admite um dos integrantes do diretório do PSDB no Amazonas. No Estado, a aprovação do governo Lula é a maior do País: chega a 91%.

Outra região em que o presidente é muito bem avaliado, o Nordeste foi o principal destino de José Serra nas últimas semanas, mas a estratégia não tem surtido efeito. Em comparação à pesquisa anterior do Ibope, a diferença pró-Dilma cresceu de 18 para 24 pontos percentuais no eleitorado nordestino. A estratosférica popularidade de Lula na região faz com que aliados do tucano o escondam de santinhos e cartazes de campanha. Candidato ao governo do Ceará, Marcos Cals (PSDB-CE), até a última semana, não tinha colocado a imagem de Serra no seu material de divulgação. Ele preferiu aparecer ao lado do candidato à reeleição ao Senado Tasso Jereissati, seu padrinho político. Em Pernambuco, 15 dos 17 prefeitos do partido apoiam a reeleição do governador Eduardo Campos (PSB), candidato de Lula e Dilma no Estado. Apenas Elias Gomes, de Jaboatão dos Guararapes, e Padre Marcos, do município de Ibimirim, ainda não declararam publicamente apoio à reeleição do socialista. Enquanto isso, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), candidato de Serra no Estado, vê sua candidatura minguar. Um dos expoentes do apoio tucano a Campos é o ex-prefeito de Gravatá, Joaquim Neto. “Não dá para colocar na conta do PSDB as dificuldades que a campanha da oposição enfrenta em Pernambuco e em todo o Nordeste”, admite o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra. O tucano disse ainda que o seu partido é “democrático, não tem dono nem coronel” e, por isso, não fará nada aos prefeitos considerados infiéis.

No Rio Grande do Norte, a traição da senadora Rosalba Ciarlini (DEM), que lidera a disputa ao governo do Estado, também não será castigada. Rosalba, aliada de José Agripino Maia, líder do DEM no Senado, foi aconselhada por marqueteiros a omitir Serra da campanha. Não por acaso. Segundo as últimas pesquisas presidenciais no Estado, Dilma tem 52% das intenções de voto dos potiguares. O candidato do PSDB, José Serra, aparece com 31%. Diante desse quadro desfavorável, Serra promete intensificar a ida ao Rio Grande do Norte. “O nosso Estado promete ser o trampolim da nossa campanha na região Nordeste”, diz o deputado Rogério Marinho (PSDB-RN).

Fonte:www.istoe.com.br/reportagem/93264_traiçãotucana

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